quarta-feira, 20 de junho de 2007

Sem título


Há certas coisas que experienciamos ao longo da nossa vida, e que adquirem um significado especial.
Um significado exterior ao seu próprio conteúdo, por estarem associadas a períodos chave pelos quais passamos, e que nos marcaram profundamente. Não há ninguém que não tenha uma música, um album, ou até um filme em que invista este tipo de afectividade... Poucos, porém, terão tido o previlégio de terem tido este album, como a banda sonora de eleição de um desses momentos.
Ouvi-lo pela sua qualidade etérea já é, em si, uma experiência catártica. Mas tê-lo escutado pela primeira vez nas circunstâncias em que o fiz, é um acaso de uma felicidade irrepetível, e algo que certamente enriqueceu em muito as mesmas!
Trata-se do melhor registo dos Islândeses Sigur Rós. Uma obra de uma beleza estranha - quase fantasmagórica -, que deve ser ouvida do princípio ao fim como se de um único andamento se tratasse: sem interrupções ou saltos (talvez por isso, as faixas não tenham título). Este album pede-nos que tenhamos com ele uma relação intíma. Mágica. Uma relação fora da atitude consumista e passageira que muitos de nós mantanhem com a música hoje em dia, muito por culpa do advento da internet e da facilidade com que o mundo nos chega às mãos. No fundo, este album exige maturidade! E a quem for capaz de a têr, as recompensas que ele oferece são imensas...

Deixo aqui um excerto, que embora não faça justiça ao album, talvez suscite o interesse para uma audição mais demorada.


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